O Grupo Amigos de Pintar deseja a todos , Boas Festas !
EXPOSIÇÃO DE PINTURA
Mestre da Lourinhã na Berlenga...
Obra pintada por Mestre da lourinhã, pintor do Sec.XVI , da escola Luso-flamenga .
Esta obra foi oferecida pela segunda mulher do rei D. Manuel, a rainha D. Maria ao Mosteiro de monges jerónimos existente na ilha da berlenga ( Forte de S. João Baptista) e quando este se extinguiu foram levados para o Mosteiro de Vale Bem Feito ( em Peniche ) e posteriormente para a Misericordia da Lourinhã.
(mestre da Lourinhã pode ser o pintor Alvaro Pires)
Cidade
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu em ti fechada e apenas vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas a sombra pelas paredes
A minha alma que fora prometida
Ás nódoas branco e ás florestas verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Tela pintada por:
Lucinda Monteiro
Tela pintada por:
Lucinda Monteiro
Trémulos vincos risonhos
Na água adormecida
Porque fiz eu dos sonhos
A minha única vida?
Contemplo o Lago Mudo
Contemplo o lago Mudo
Que uma brisa estremece
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece
O Lago me diz
Não sinto a brisa mexê – lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo
Fernando Pessoa
Tela pintada por:
Barbara Almeida
Quando as crianças brincam
Quando as crianças brincam
E eu as ouço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é inigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no meu coração”
FERNANDO PESSOA
Pintado por:
Kéu Almeida
Em Dias de Luz Perfeita e Exacta
Ás vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as cousas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Por que sequer atribuo eu
Beleza ás cousas
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existem apenas.
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então por que digo eu das cousas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as cousas,
Perante as cousas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
Em que as cousas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Por que sequer atribuo eu
Beleza ás cousas
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existem apenas.
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então por que digo eu das cousas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as cousas,
Perante as cousas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
Alberto Caeiro, in“O Guardador de Rebanhos – Poema XXVI
Tela pintada por:
Maria João
Maria João
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